Especialista diz que alertas meteorológicos podem até cancelar voos no Piauí devido a ZCIT
Segundo Werton Costa, a formação de grandes nuvens de temporais, as cumulonimbus, são muito comuns no estado do Piauí no período chuvoso e representam um fator adverso para a navegação aérea.


O professor e climatologista, Werton Costa, disse em entrevista ao jornalista Tiago Mendes, da Rádio Liderança (95,1), que as condições atmosféricas, ou do céu, no período chuvoso, principalmente no mês de março, são marcadas pela intensidade de instabilidade.
“A gente chama a instabilidade no jargão meteorológico aquela condição de subida do ar quente úmido e descida do a frio de seco que caracteriza a formação das grandes nuvens de temporais, as cumulonimbus”.
Segundo Werton Costa, essas nuvens, que são muito comuns no estado do Piauí no período chuvoso, representam um fator adverso para a navegação aérea. “Pousos e decolagens são sempre vistos com reserva com cautela quando há a presença dessas grandes nuvens, e essas nuvens elas são identificadas pela previsão meteorológica”, disse.
O Especialista fez questão de frisar que existe uma diferença entre uma previsão meteorológica e uma alerta ou um aviso meteorológico, e que o alerta ou aviso meteorológico refere-se a uma análise das condições atmosféricas que oferecem risco para pedestre, condutores de veículos, embarcações em alto mar e aeronaves. “Esse é um risco que envolve um fenômeno que é a manifestação de chuvas mais intensas, de tal forma que a previsão pode apontar a existência de chuva, mas mesmo com condições de chuva, se dirige se caminha se voa, se se veleja; mas quando a chuva ela é categorizada como intensa surge a figura do alerta", pontuou.
Werton disse ainda que o Piauí tem vivido uma profusão de alertas ou avisos meteorológicos em função da aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que segundo o professor “é um gigantesco corredor de umidade que faz com que os alertas se tornem mais frequentes”.
O Especialista também citou que “mesmo que a chuva não se manifeste naquele ponto, a simples aproximação da ZCIT implica num certo grau de risco, porque os alertas eles não são definidos a partir de um software de uma máquina, mas do olho humano que analisa condições especiais. De tal forma que nós devemos levar em consideração os alertas mesmo eles trazendo certas situações não tão agradáveis, como por exemplo, a não vinda de uma banda para fazer um show, uma viagem cancelada, um desvio de rota de uma aeronave, mas os alertas são ferramentas pedagógicas que nos apresentam como direcionar a nossa conduta diante de uma situação de perigo”, finalizou.
A previsão é que as chuvas devem continuar relativamente intensas neste mês de março, o que é uma característica fundamental deste período, pois é o mês pico da estação, segundo Werton Costa.

O Inmet emitiu o Informativo Meteorológico nº 10/2023 que indica grandes volumes de chuvas, podendo superar 100 mm.
